terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rota do Maroiço 01/12/2011

No próximo dia 1 de Dezembro de 2011 será efectuado um percurso circular com aproximadamente 21 quilómetros nas serranias de Fafe: A Rota do Maroiço.

Com diversos pontos de interesse, começa por bordejar as águas tranquilas da albufeira da barragem da Queimadela, seguindo pelos caminhos tradicionais dos pastores, passando pelos núcleos rurais de Monte, Casal de Estime, Luílhas e Queimadela. O trilho acompanha diversos cursos de água e sobe ao alto da Serra do Maroiço (847 metros de altitude) de onde se pode observar um vasto panorama.

Na Laje Branca pode contemplar-se uma das mais bonitas paisagens do vale do rio Ave: a albufeira do Ermal. Sem grande esforço, ainda se consegue avistar o castelo de Póvoa de Lanhoso e o santuário do Sameiro, com as serras do Gerês e da Cabreira como pano de fundo.

Neste percurso, viajaremos até uma época em que ainda funcionam os moinhos de água. Aguarda-nos uma natureza intocada, uma fauna e flora riquíssimas, paisagens verdejantes, muros de pedra cobertos de musgo e extensos carvalhais.

Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, na entrada do parque de campismo da Queimadela, nas seguintes coordenadas:
41°30'12.64"N (latitude) e 8°9'43.26"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Rota das Cruzes | Fotos

O Outono empresta à terra uma certa intimidade única e peculiar. Depois de percorrermos a Rota dos Caleiros, abandonamos o Caramulinho e seguimos para o Parque Jerónimo Lacerda, ponto de partida para a Rota da Cruzes.

A meio da tarde, com o sol numa rota rápida rumo ao horizonte alto das montanhas que nos rodeavam, iniciamos o nosso trilho pela calçada que atravessa parte do parque e que nos conduziu aos primeiros caminhos florestais, em direcção a Guardão, localidade que dá o nome à freguesia. Seguindo pela Calçada Romana, com as cores quentes de final de tarde de um Outono luminoso, descobrimos lugares mágicos, repletos cogumelos, musgos e arvores antigas espreguiçando-se sobre os carreiros e riachos que cruzem um Caramulo diferente daquele que havíamos conhecido de manhã.

Pela calçada milenar, parte de uma das sete vias principais que saíam de Viseu e permitiam o acesso ao litoral, e ao Caminho dos Cruzeiros, chegamos à estrada principal que dá acesso a Janardo. Nesta povoação à qual já assentou a honra de ser cabeça do velho concelho do Guardão, onde ainda existem os edifícios onde se procedia a todos actos municipais, destacam-se a Casa da Câmara e o Tribunal, ambos edifícios em pedra talhada, hoje pertencentes a particulares, construídos no ano de 1735.

É tempo de enveredar pelos caminhos agrícolas e poucos metros à frente começaram a surgir os primeiros sinais de uma das celebrações religiosas mais importantes da zona - a Festa das Cruzes. Os pilares com a inscrição do nome das freguesias envolvidas na celebração vão-se sucedendo ao longo do caminho pela ordem da sua chegada na quinta-feira da ascensão de cada ano, até chegarmos à Capela de S. Bartolomeu.

Nas proximidades encontra-se um cruzeiro, num ponto magnífico de observação do Vale de Besteiros simbolizando a protecção divina que teria sido concedida à população do Guardão. É junto a este cruzeiro que no dia da Festa das Cruzes os fiéis formando uma procissão com as cruzes, fazem as suas orações. Neste local situa-se também um castro, onde foram encontradas moedas de ouro e peças de cerâmica, aqui deixados por antigas civilizações que aqui se instalaram.

Para continuar o percurso, há que retomar o caminho junto aos pilares graníticos.

Adiante atravessamos a Ribeira do Xudruro sobre uma ponte de origem românica, e subimos a encosta, sempre com o cenário de uma incrível beleza natural, até chegar à capela de Santa Luzia, no Carvalhinho. No Largo do Lameirão, abandonamos a aldeia e voltamos aos trilhos da Serra em direcção a Cadraço.

Continuando o percurso deparamo-nos com uma sucessão de paisagens, desde a pastagem onde o gado livremente se alimenta em parcelas delimitadas por muretes de granito pacientemente construídas em tempos idos, logo ao lado de grandes extensões de vegetação rasteira típica de altitude, até uma extensão considerável de carvalhal em que marcam presença o carvalho negral e o carvalho alvarinho, após a qual nos deparamos com zonas agrícolas, já à chegada a Ceidão.

Ainda por caminhos florestais passamos por Pinhal Novo já ao anoitecer, regressando à vila do Caramulo no limiar da escuridão. Esta vila situa-se na vertente oriental da Serra e é ainda hoje associada, através das imponentes construções dos antigos sanatórios, ao que foi a partir de 1920 a maior estância Sanatorial do país, que chegou a permitir o internamento simultâneo de 2500 doentes.

Chegando ao Museu do Caramulo, aproximamo-nos do final desta caminhada, atravessando novamente o Parque Jerónimo Lacerda, agora de noite, rodeados por uma diversidade de perfumes secretos, sabendo que em tempos serviu de barreira ao contágio das populações vizinhas por aqueles que tendo problemas pulmonares, vinham em busca do clima privilegiado, da calma e ar puro.

E para retemperar forças para a viagem final de regresso a casa, nada como um bom petisco no Restaurante "a Montanha", onde os anfitriões nos receberam com hospitalidade e histórias de uma terra que ficou longe de ser descoberta, aguardando com o seu encantamento secreto por uma nova visita.

Rota dos Caleiros | Fotos

Uma pedra redonda, suspensa num equilíbrio perpétuo; montanhas com rochas esboroadas pelas encostas, abrigando nas concavidades térreas coelhos e lebres; pastores velhos e cães magros conduzindo cabras pelos matos altos da serra; regatos rápidos, escorrendo pelos povoados, sustentando os campos e o gado sereno; casas antigas com cheiros a cinza e ervas húmidas, com traves de madeira negra sobre paredes cinzentas polvilhadas de musgos… são quadros vivos que percorremos num Domingo luminoso de finais de Novembro.

A Serra do Caramulo, zona de montanha de origem granítica e xistosa, decorada por urzes e carqueja, é povoada por aldeias com casas e espigueiros em granito típicos. Tendo sido esta zona povoada por romanos, ainda se podem encontrar alguns vestígios dessa época, como os trilhos de pedra e as pontes antigas perdidas na vegetação.

Iniciamos a Rota dos Caleiros na base do Caramulinho, local onde se atinge o ponto mais alto da Serra com 1070 metros, e de onde se pode observar das paisagens mais imponentes da Serra do Caramulo: a oriente a Estrela, a ocidente o Atlântico.

Daqui seguimos pelo estradão que, por um lado rasga a paisagem rochosa, e por outro acompanha as pastagens de montanha, evidenciando a tradição da pastorícia e trabalho agrícola nestas terras de clima rigoroso, onde o granito sulcado acusa a passagem de carros puxados por animais, e onde até hoje, se respira um ar puro e saudável.

Ao atingir a estrada asfaltada, percorremos poucos metros até entrar nos caminhos que acompanham o trajecto dos antigos caleiros que garantiam o abastecimento da água às povoações, e assim seguimos em direcção a Jueus. Antes de chegar a esta aldeia tipicamente serrana, passamos por dois moinhos, e logo à entrada pudemos ver a capela da aldeia. Do adro observamos o que resta da calçada romana e a ruína do casario que foi o Carvalhal.

O trilho conduziu-nos até ao Pedrógão, onde podemos uma vez mais apreciar a singularidade da paisagem, repleta de formações rochosas que na imaginação de cada um, toma os mais diversos significados: aqui destaca-se o penedo do Equilíbrio, suspenso numa aresta impossível, desde o princípio dos tempos.

Mais adiante surge um novo aqueduto, desta vez construído ao longo de um muro de granito exibindo a minúcia e o engenho que permitia trazer dos pontos mais elevados da serra a água que servia à população para irrigar os seus campos, dar de beber aos animais e efectuar as lides domésticas.

Daqui em diante, percorremos os últimos metros de um percurso voltado para o contacto com a natureza e beleza natural de um lugar que conserva grande tranquilidade e genuinidade. Resta regressar ao troço inicial percorrendo os trilhos da serra, passando por uma de muitas torres eólicas que já imprimem a sua marca na paisagem do Caramulo, em direcção ao Caramulinho.

Fica na memória uma Serra secreta, encantadora, de contrastes e mistura de imagens entre cumes e vales, onde o ar puro, combinado com a paisagem deslumbrante, enche de significados mais uma Evasão num Outono repleto de cor e vida.

domingo, 20 de novembro de 2011

À descoberta da Serra do Caramulo 27/11/2011

No próximo dia 27 de Novembro de 2011 será efectuado um trilho com aproximadamente 9 quilómetros na Serra do Caramulo, denominado “A rota dos Caleiros”.


Posteriormente, para aqueles que desejarem, existe a possibilidade de efectuar logo de seguida a “A rota das Cruzes”, com aproximadamente 7 quilómetros de extensão com inicio no Caramulo.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, na base do Caramulinho, nas seguintes coordenadas: 40°32'54.82"N (latitude) e 8°12'7.13"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado num restaurante típico da região, onde consta que são servidos pratos regionais, contemplando a “cozinha vegetariana”, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa no restaurante.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

À descoberta da Serra da Boneca | Fotos

Por vezes percorremos centenas de quilómetros procurando um qualquer “novo local” fascinante para descobrir. Por vezes esquecemo-nos que o Norte é feito de Serras, que se sucedem desde a fronteira até ao Atlântico, cada uma com as suas subtilezas naturais, ditosas em lendas e tradições antigas ocultas entre o arvoredo e os fetos, no afago dos musgos.

A água incessante do Douro, no seu derradeiro capítulo rumo ao oceano, passa por uma Serra desconhecida para muitos, que merece ser descoberta devido aos seus inúmeros atributos. Horizontes verdes, com vastas plantações de pinheiros, uma surpreende ausência de casas e poluição, diversos cursos de água e uma rede complexa de estradões florestais limpos e seguros, são alguns dos aspectos que caracterizam a Serra da Boneca.

Efectuando o percurso no sentido dos ponteiros do relógio, o trilho conduziu-nos através de uma galeria florestal ribeirinha, com imensos túneis de vegetação, pontes em madeira, moinhos silenciosos, num quadro único pintado pelos amarelos, castanhos e laranjas de um dia de Outono inicialmente chuvoso, que brindou a nossa perseverança com diversos momentos de sol e calor.

Após umas duas horas de caminhada rumo a ocidente, abandonamos o corredor fluvial, rumo a Norte. Seguindo através de caminhos florestais, por vezes cruzados por grupos de BTT e motas “todo-o-terreno”, com o perfil sereno das eólicas no horizonte, iniciamos uma subida suave através da Serra, contornando o maciço montanhoso com tranquilidade. No lugar do Beco da Serra, o caminho inverteu para oriente, conduzindo-nos através de alguns povoados rurais, rumo ao lugar da Capela, ponto de partida da nossa caminhada.

Por vezes as fotos são mais obvias que as palavras. Fica aqui o nosso contributo fotográfico para promover a Serra da Boneca, enquanto local único para efectuar caminhadas diversificadas, repletas de elementos estéticos que se sucedem com uma frequência surpreendentemente elevada.

domingo, 6 de novembro de 2011

À descoberta da Serra da Boneca 13/11/2011

No próximo dia 13 de Novembro de 2011 será efectuado um trilho com aproximadamente 22 quilómetros na Serra da Boneca.

Marcamos a actividade para as 09:00 da manhã, no lugar de Capela, nas seguintes coordenadas:
41°5'48.75"N (latitude) e 8°20'46.02"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade moderado devido à sua extensão. Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado no Restaurante Ponte de Pedra, onde consta que são servidos pratos regionais e petiscos, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa na Ponte de Pedra.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

À descoberta da Serra de Valongo 01/11/2011

Aproveitando o dia de todos os santos, resolvemos agendar uma caminhada expedita em Valongo, para testemunhar os inúmeros relatos dos maravilhosos atributos paisagísticos de um local natural de referência tão perto do Porto.

Optamos por efectuar um trilho alternativo, com uma extensão de aproximadamente 11 quilómetros, que une os percursos oficiais “Verde” e “Vermelho” da Serra de Valongo.


Começamos a caminhada pelo percurso “Vermelho”, iniciando uma subida íngreme junto à ponte da Azenha, no início do estradão de Couce. Tendo como pano de fundo a Serra de Pias, pudemos observar a confluência dos rios Simão e Ferreira e os “Moinhos do Cuco”.

O percurso desenvolveu-se em direcção a Oeste, por um trilho estreito que nos conduziu até às Fragas Amarelas, um dos locais onde se pratica escalada e rappel. Convém referir que a ausência de marcação neste local originou “algumas dúvidas”, facilmente resolvidas com nosso dispositivo GPS. A partir deste ponto, encontramos uma paisagem mais aberta sobre o vale do Rio Ferreira.

Retomando o caminho, sempre a subir, alcançamos um planalto, situado sobre as Fragas do Tecto, conhecido por Vale da Tranquilidade, que nos acolheu com uma paisagem surpreendentemente campesina, repleta de cor e frescura. Este local é um miradouro privilegiado para apreciar a paisagem, nomeadamente o vale do Rio Ferreira, as imponentes cristas quartzíticas e as serranias que se erguem até ao Marão.

Seguindo para poente através do caminho florestal, avistamos a Capela de Santa Justa à esquerda, seguindo até um marco geodésico que assinala o final da subida, e uma esplêndida perspectiva da cidade do Porto.

Depois de uma breve paragem para uma sessão fotográfica à Invicta, seguimos por um largo estradão florestal rumo a cotas mais baixas, para alcançar o percurso “Verde”.

Ao longo da margem esquerda do rio Simão, seguimos por caminhos rurais antigos, onde as marcas dos rodados dos carros de bois encontram-se gravadas para sempre no solo, flanqueadas por carvalhos frondosos, antigos moinhos, e terrenos agrícolas intimistas vigiados por cabras e cães calmos.

Em Couce, um homem aparava tranquilamente a barba num terraço, utilizando um antigo espelho pendurado numa trave de madeira, entre as paredes polvilhadas de musgo de uma casa velha, enquanto um ancião de olhos esbugalhados, mirava-nos de um lugar distante, perdido nos pensamentos entre os galhos outonais de uma vinha despida.

Ao fim de alguns quilómetros repletos de história e verdura, regressamos à ponte da Azenha, encerrando um percurso circular que vale a pena conhecer e saborear.

Ficam na memória dióspiros suculentos suspensos no jardim de uma casa de pedra decorada com flores roxas, ruínas de moinhos melancólicos, estradões florestais com ciclistas e amantes da natureza, paredes de escalada e fragas que sombreiam o rio Simão, e a paisagem assombrosa da Metrópole, num surpreendentemente ensolarado dia de Outono.

Caminhos da Senhora da Graça | Fotos

Para lá do Alvão existe um santuário com vistas para a Serra, que permite abarcar uma extensão vasta de paisagem, onde o céu e a montanha revelam diversos quadros de uma região telúrica profunda, plena de paz de espírito e tradição.

Começando a caminhada em Mondim de Bastos, terra de “boa mesa” e “boa gente”, seguimos pelas escadas de pedra do parque florestal rumo às vinhas e quintas das pequenas casas agrícolas que abraçam o Monte Farinha.

Um caminho antigo, com degraus de pedra e terra, inundado por um sol outonal que insiste aquecer, conduziu-nos sobre rasgos azuis recortados pelo verde-escuro da paisagem rumo às alturas. O magnífico Santuário da Nossa Senhora da Graça, situado a cerca de 900 metros de altitude, revelou um panorama maravilhoso de imensas serras a norte do rio Douro.

Reza a lenda que aqui terá existido a cidade de Cinínia, lar da tribo castreja dos Tamecanos, que foi obrigada a abandonar o seu território aquando a ocupação Romana. Segundo várias fontes, embora não existindo certezas da fundação original, no local existiria, desde remotos períodos, um templo já do período castrejo de ocupação do monte.

O actual santuário cristão data de 1775, caracterizando-se pela construção robusta de uma igreja em granito da região, com torre e pavimento lajeado.

Entre trilhos antigos, tantas vezes pisados por diversos viajantes de variadas eras, provamos doces medronhos coloridos a laranja e vermelho garrido. Nas curvas da estrada avistamos o recorte longínquo das serras polvilhadas pelas torres eólicas e pelos rasgos grotescos das pedreiras.

Partimos de Mondim depois de um trilho especial, que nos surpreendeu com história, paisagem e árvores carregadas de fruta adocicada que “energizaram” a nossa caminhada.

Depois de um repasto generoso na adega dos Sete Condes, deixamos já de noite as águas cristalinas de um Tâmega adormecido no sopé da grandiosa pirâmide verde do Monte Farinha, coroada pela mística ermida da Senhora da Graça que vigia a paisagem, sozinha, na escuridão.