sábado, 17 de dezembro de 2011

À descoberta da Serra de Arga | Fotos

No dia 11 de Dezembro de 2011 seguimos rumo Norte, até à Serra de Arga, para efectuar um trilho que revelou uma amostra significativa dos diversos atributos culturais e naturais deste local tão especial de Portugal.

A Arga encontra-se em território de quatro concelhos: Caminha, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Contudo, o concelho de Caminha é aquele que possui em melhor estado de conservação, quer o património natural quer o seu património humano, encontrando-se muito bem representado pelas aldeias pastoris conhecidas pelas “Argas”: Arga de S. João, Arga de Baixo e Arga de Cima.

Pode-se dizer que a Serra de Arga emerge entre as margens do rio Lima e do rio Coura. Trata-se de um grande maciço de granito de grão grosseiro que se eleva abruptamente dos terrenos xistosos que o rodeiam, destacando-se de muito longe pela sua forma.

A Arga é atravessada por inúmeros regatos e rios que nas suas zonas mais elevadas nascem, percorrendo toda a serra e desembocando no rio Coura e no rio Lima, com as suas belíssimas quedas de água e os ribeiros que correm desenfreadamente entre os importantes caos de blocos graníticos, formando nos seus leitos refrescantes piscinas naturais.

Além das três freguesias caminhenses que tomaram o nome da Serra, outras povoações floresceram ao seu redor, apresentando modos de vida, formas de cultura, tradições e costumes muito semelhante. Desde tempos imemoráveis as gentes da terra serviram-se dos fartos recursos naturais da serra, quer colhendo matos para lenha e para as camas do gado, quer pastando o gado nas suas amplas e férteis chãs, quer ainda utilizando a sua água, tão pura e salutar, ou ainda aproveitando as suas encostas que trabalhando-as arduamente, as transformaram em terrenos de cultivo, dispostos em socalcos, onde é possível colher algum milho e hortaliças.

A arborização característica da Serra de Arga não é representativa, porém nos lugares próximos dos povoados encontram-se carvalhos, sobreiros, pinheiros, amieiros, bétulas, castanheiros e oliveiras. Estas espécies encontram-se de forma muito singular nesta Serra, constituindo pequenos bosques com grande diversidade florística. No que respeita a arbustos, predomina o tojo e as urzes, em menor quantidade encontra-se o loureiro, o medronheiro e o azevinho.

A Arga destaca-se a nível da conservação da natureza por apresentar uma elevada biodiversidade, a qual permitiu a sua inclusão na Rede Natura 2000, sendo digno de salientar a existência de espécies de elevado valor no que respeita à sua conservação, tais como o Lobo, o Gato-bravo, a Lontra, o Corço, a Toupeira de água, entre outros.

No entanto não avistamos nenhum destes habitantes. Talvez o dia tenha estado demasiado ameaçador de uma chuva que nunca se chegou a sentir em demasia, mas que emprestou à paisagem uma mística própria, que as fotografias procuram ilustrar.

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